A enfermeira Elaine Cristina Alves Andrade Silva, de 34 anos, que mora na rua, já passou a última noite na casa da mãe e voltou nesta manhã para buscar seus dois cachorros. Os móveis já foram retirados, apesar de a água ainda estar na calçada. “Começou a encher muito rápido. Desde segunda a água estava no fundo da rua, mas de ontem para hoje atingiu tudo. A Defesa Civil está dizendo que vai ficar ainda mais cheio, por isso resolvi sair, para não ficar no meio da enchente”, afirmou.
A mãe dela, que morou 20 anos no local, se diz assustada com a situação. “Isso nunca aconteceu, é inédito, por isso a gente está em estado de choque”, disse a corretora de imóveis Dina Santana, de 57 anos.
Com botas que não eram o suficiente para impedir o contato com a água da enchente, o recepcionista João de Mauro, de 32 anos, ajudava na mudança de sua casa, onde mora com a irmã e os sobrinhos. Eles já passaram a noite na casa de parentes, e dizem que só vão voltar quando a água tiver ido embora. “Ontem, quando saí, a água estava na garagem. De manhã, já estava na porta do quarto, e agora [por volta de 11h] já invadiu o quarto. Está subindo muito rápido”, afirmou ele.
A família esperou para fazer a mudança nesta quarta-feira pois tinha esperança de que a situação iria melhorar. “Mas agora a represa está esgotada, não tem o que fazer. Temos que sair mesmo e esperar a água baixar.”
Alguns moradores, entretanto, ainda resistem, principalmente nas ruas onde a água ainda para na calçada. Porém, toda a região é considerada área de risco. Em um condomínio fechado de casas, a rua que dá acesso à portaria já está coberta d’água, e a entrada só pode ser feita com veículos mais altos. Muitos moradores já deixaram suas casas com medo de ficarem ilhados, apesar de a água só ter entrado em algumas ruas do local, e não ter atingido ainda nenhuma casa.

Por precaução, entretanto, nos imóveis mais próximos aos extremos do condomínio os moradores faziam barricadas com sacos de areia em suas garagens, para tentar minimizar o impacto da água. “É um desespero total para todo mundo. Nunca aconteceu isso aqui. Eu já saí, estou na casa da minha namorada. Tiramos quase todas as coisa. Na minha casa a água ainda não entrou, mas a gente não pode prever como vai ser a chuva”, disse o estudante de publicidade Maurício Bozetti de Oliveira, de 20 anos.
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