domingo, 17 de janeiro de 2010

Casarão invadido na Rebouças vai ter despejo

Prefeitura quer tirar famílias de casa na Rebouças, mas moradores querem resistir











As famílias que moram no casarão da avenida Rebouças, 1.615, quase na esquina com a avenida Brasil, receberam ontem, dia 14, uma ordem de despejo da prefeitura.






Os moradores, que têm até hoje à tarde para deixar o local, prometem resistir e permanecer na casa. Na manhã de ontem, um caminhão da Subprefeitura de Pinheiros e a Guarda Civil foram até o imóvel para expulsar os invasores, mas deram mais um dia de prazo para eles juntarem as coisas e saírem. O casarão, avaliado por imobiliárias em R$ 6 milhões, está abandonado há pelo menos um ano e acumula dívidas. Só de IPTU são mais de R$ 22 mil.
Hoje, o local é abrigo para 25 crianças e 19 famílias, que dividem as contas de luz e água no nome de Elcio Belisario, um dos ocupantes da casa. ”Somos todos trabalhadores, temos famílias e pagamos as contas”, diz ele. A vizinhança reclama de roubos, sujeira e até tráfico de drogas na área. Os moradores negam. Eles dizem também não ter envolvimento com a “gangue do rodinho”, que age na região, principalmente no cruzamento da Rebouças com a avenida Brasil. “Aqui só mora gente honesta. Quando aparecem bandidos, a gente bota tudo pra fora”, diz Joyce, que só deu o primeiro nome. Eles também reclamam das agressões policiais, que, segundo eles, até bomba de pimenta já soltaram lá de madrugada.







Para o advogado Vinicius Aurichio, a prefeitura vai passar por cima da lei. ”A polícia não pode chegar e expulsar os moradores. O único que pode tirá-los é o proprietário, com ação de  reintegração de posse.”


 
Essa também foi a resposta da Subprefeitura de Pinheiros há dois meses, quando o Primeiramão publicou reportagem sobre o imbróglio.







Agora, diz que uma vistoria apontou que o imóvel não tem condições para as pessoas viverem, como esgoto e focos de dengue. A PM será chamada se houver resistência.




Grupo promete ocupar calçada



Os moradores dizem não ter para onde ir e ameaçam ficar na calçada da Rebouças. “A prefeitura quer jogar a gente em albergue, mas não vamos pra lá com criança pegar pulga e piolho”, diz uma moradora. E essa é uma das soluções. A prefeitura também vai liberar um caminhão para aqueles que desejam mudar para casas de parentes ou amigos e passagem de ônibus para quem quiser voltar à cidade natal. Segundo os moradores, um conjunto habitacional seria uma boa solução.

 
 

0 comentários:

Postar um comentário

Template - Dicas para Blogs