quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Proporção de crianças com nova gripe foi dez vezes maior que o estimado


A proporção de crianças na Inglaterra infectadas pelo vírus H1N1, causador da nova gripe, durante a primeira onda de disseminação foi dez vezes maior do que o estimado pela rede de vigilância clínica. Amostras de sangue obtidas no monitoramento anual realizado pela Agência de Proteção à Saúde do Reino Unido mostram a disparidade.



O estudo, publicado no site da revista médica “The Lancet”, também mostra que as crianças têm um papel importante na transmissão da influenza ( não é o primeiro a chegar a essa conclusão ), portanto compõem um grupo estratégico a ser alvo de vacinação. A principal autora é a cientista Elizabeth Miller, da agência britânica de saúde. Taxas de infecção em Londres, por exemplo – 32% das crianças com menos de 15 anos e 20% dos jovens entre 20 e 24 anos – são dez vezes maiores do que o calculado inicialmente.




O problema é que o número de casos durante a primeira onda de H1N1 na Inglaterra foi estimado com base nas consultas clínicas. Isso significa que foram contabilizados apenas aqueles que buscaram clínicos-gerais com sintomas de influenza. Mas os casos moderados ou assintomáticos, de um lado, e os mais graves, de outro, ficaram de fora, simplesmente porque as pessoas não recorreram ao médico. Ou tocaram a vida normalmente ou correram direto para um hospital.



“Sem uma medida direta (…), as predições sobre a incidência futura da doença são necessariamente sujeitas a incertezas substanciais”, afirmou Elizabeth. “O estudo mostra a real extensão da infecção pelo H1N1 (…). Suas descobertas podem ser aplicáveis a outroas países que experimentaram uma primeira onda similar.”

Imunidade


O estudo analisou 1.402 amostras de sangue obtidas em 2008 (antes da primeira onda do H1N1 na Inglaterra) e 1.954 amostras colhidas em agosto e setembro do ano passado (depois da primeira onda). Foram calculadas as proporções de amostras que tinham um alto nível de anticorpos contra o H1N1 pandêmico, o suficiente para conferir imunidade em cada faixa etária.


A proporção de pessoas com imunidade variou de 1,8% entre 0 e 4 anos de idade para 31,3% entre aqueles com mais de 80. “Indivíduos nascidos antes de 1957 podem ter sido expostos às cepas H1 do vírus influenza que circularam na primeira metade do século 20, as quais são mais proximamente relacionadas aos vírus H1N1 pandêmicos de 2009”, escrevem os autores no artigo.





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